
"Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo!" (Mt 18,26)
A experiência da misericórdia infinita de Deus só é possível diante do reconhecimento de nossa total incapacidade de auto-justificação. Jesus põe o perdão aos inimigos como um dos elementos que identificam os seus discípulos, porém, não pode perdoar quem não experimenta em si mesmo a necessidade e o efeito do perdão gratuito de Deus.
O empregado da parábola de Mateus não pede que o patrão tenha misericórdia e o perdoe. Ele imagina que com um pouco de tempo disponível pode pagar "tudo" ao patrão e não ficar-lhe devendo "favores", por mais que o evangelista tenha alertado que a dívida custaria o preço de sua vida e da vida de sua família, bem como de todos os seus bens. A ilusão de poder auto-justificar-se não deixou que aquele empregado compreendesse quão grandiosa foi a generosidade do patrão e, portanto, não conseguiu reproduzir tal amor quando se encontrou na mesma situação com um companheiro que lhe devia uma pequena quantia.


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