
Eva, porém,
deixa-se seduzir pela serpente enganadora. Permite que a beleza do fruto da
perdição exerça atração aos seus olhos; permite que a voz maliciosa e sibilante
de Satanás contamine os seus ouvidos; permite que a aparente doçura do fruto
maldito seduza o seu paladar; permite que a vaidade, o orgulho e o desejo de
poder e conhecimento seduzissem o seu coração e a sua mente levando-a a
desobedecer ao Senhor e, junto com Adão, a conduzir todos os seus filhos à
desobediência e à morte.
Maria, Mãe de
Jesus, restaura o que sua predecessora maculou. Também como Eva, Maria é
criatura do Amor de Deus que a preparou e a fez Imaculada, sem mancha nem ruga,
coroada de beleza e esplendor. Maria é imagem de toda mulher que se permite
deixar tocar pelo Criador, que abre o seu coração e a sua mente ao sopro
regenerador do Espírito Divino. A ela, Mãe de Jesus, também é concedido o dom
da Pureza e da Maternidade Universal. Do seu ventre bendito nascem os novos
filhos de Deus em Cristo. É a primeira e maior intercessora. É companheira dos
discípulos de Cristo no caminho para a casa do Pai, para que os filhos de Deus
nunca se sintam sozinhos. Seu amor e sua ternura de mulher são as qualidades da
Mãe do Bom Pastor, da divina pastora, Mãe das mães, Mulher bendita entre todas
e para abençoar a todas com suas virtudes de bondade e amor.
É o Fruto
bendito de Maria quem esmaga definitivamente a cabeça da serpente enganadora,
que ao Criador aprouve subjugar aos seus pés. Ao contrário de Eva, Maria é
colocada no deserto: lugar de solidão e desolação. Ela não se deixa confundir
pelo mal, seu coração não se perturba diante das insídias do maligno. Seus
olhos, seus ouvidos, sua boca, sua mente e seu coração então voltados
unicamente para o Seu Senhor. Vive no silêncio de uma intimidade sem igual com
Deus; tudo medita em seu sacratíssimo coração, pois confia plenamente no seu
Senhor e não se deixa enganar por Satanás. Seu SIM corrige o não de nossos
primeiros pais e abre a porta para a restauração da comunhão de amor entre Deus
e a Humanidade.
É diante da cruz
que revela-se, em todo esplendor, a sua inacreditável fidelidade. A
desobediência de Eva que se alimenta do fruto da perdição é, então, reparada
pela obediência de Maria, cujo fruto bendito se torna alimento de Salvação
eterna para a humanidade inteira. De pé diante da cruz, com o coração
traspassado de dor, não vacila em seu Amor, não abandona a sua esperança e se
torna para toda a humanidade um sinal e um exemplo de confiança plena em Deus.
A fragilidade da primeira mulher é corrigida pela coragem e força da Nova Eva,
a mãe d’O Vivente, d’Aquele que dá a Vida e que é a Luz dos Homens. Pomos uma
coroa humana sobre a sua cabeça porque primeiro o Criador a coroou de todas as
mais altas virtudes humanas e a revestiu com o Manto Bendito de sua Divina
Graça. A nova Eva nos recorda que a obediência e a fidelidade nos renova e nos
insere na multidão dos filhos e filhas de Maria, irmãos e irmãs de Jesus. Sua
presença no nosso caminho de cristãos nos lembra que o Amor é superior à dor,
que a Luz de Cristo já superou a escuridão do maligno. Que cada um de nós que
em lágrimas ou em sorrisos recorremos à Santa Mãe de Deus e nossa se sinta
cuidado e amado. Alimentemos em nosso coração o desejo ardente de imitá-la em
sua humildade obediente e em sua fidelidade confiante. Amém!
Pe.
Antonio Edson Bantim Oliveira
31 de
maio de 2019
(Mangualde-Portugal)