segunda-feira, 3 de junho de 2019

Maria: A nova Eva!


A Virgem Maria é a realização de diversas figuras do Antigo Testamento. A primeira delas é Eva, a Mulher original, imagem de toda mulher, mãe de toda a humanidade segundo a carne. A Eva é concedido o dom da Maternidade Universal, é a mãe dos viventes. Eva é a companheira de Adão, para que este não viva na solidão. Deus a abençoou, contemporaneamente, com a pureza e a fecundidade. Deu-lhe o dom do amor e da ternura feminina para que semeasse no coração da humanidade que haveria de gerar, a capacidade do cuidado e do afeto que é própria do Pastor Eterno.
Eva, porém, deixa-se seduzir pela serpente enganadora. Permite que a beleza do fruto da perdição exerça atração aos seus olhos; permite que a voz maliciosa e sibilante de Satanás contamine os seus ouvidos; permite que a aparente doçura do fruto maldito seduza o seu paladar; permite que a vaidade, o orgulho e o desejo de poder e conhecimento seduzissem o seu coração e a sua mente levando-a a desobedecer ao Senhor e, junto com Adão, a conduzir todos os seus filhos à desobediência e à morte.
Maria, Mãe de Jesus, restaura o que sua predecessora maculou. Também como Eva, Maria é criatura do Amor de Deus que a preparou e a fez Imaculada, sem mancha nem ruga, coroada de beleza e esplendor. Maria é imagem de toda mulher que se permite deixar tocar pelo Criador, que abre o seu coração e a sua mente ao sopro regenerador do Espírito Divino. A ela, Mãe de Jesus, também é concedido o dom da Pureza e da Maternidade Universal. Do seu ventre bendito nascem os novos filhos de Deus em Cristo. É a primeira e maior intercessora. É companheira dos discípulos de Cristo no caminho para a casa do Pai, para que os filhos de Deus nunca se sintam sozinhos. Seu amor e sua ternura de mulher são as qualidades da Mãe do Bom Pastor, da divina pastora, Mãe das mães, Mulher bendita entre todas e para abençoar a todas com suas virtudes de bondade e amor.
É o Fruto bendito de Maria quem esmaga definitivamente a cabeça da serpente enganadora, que ao Criador aprouve subjugar aos seus pés. Ao contrário de Eva, Maria é colocada no deserto: lugar de solidão e desolação. Ela não se deixa confundir pelo mal, seu coração não se perturba diante das insídias do maligno. Seus olhos, seus ouvidos, sua boca, sua mente e seu coração então voltados unicamente para o Seu Senhor. Vive no silêncio de uma intimidade sem igual com Deus; tudo medita em seu sacratíssimo coração, pois confia plenamente no seu Senhor e não se deixa enganar por Satanás. Seu SIM corrige o não de nossos primeiros pais e abre a porta para a restauração da comunhão de amor entre Deus e a Humanidade.
É diante da cruz que revela-se, em todo esplendor, a sua inacreditável fidelidade. A desobediência de Eva que se alimenta do fruto da perdição é, então, reparada pela obediência de Maria, cujo fruto bendito se torna alimento de Salvação eterna para a humanidade inteira. De pé diante da cruz, com o coração traspassado de dor, não vacila em seu Amor, não abandona a sua esperança e se torna para toda a humanidade um sinal e um exemplo de confiança plena em Deus. A fragilidade da primeira mulher é corrigida pela coragem e força da Nova Eva, a mãe d’O Vivente, d’Aquele que dá a Vida e que é a Luz dos Homens. Pomos uma coroa humana sobre a sua cabeça porque primeiro o Criador a coroou de todas as mais altas virtudes humanas e a revestiu com o Manto Bendito de sua Divina Graça. A nova Eva nos recorda que a obediência e a fidelidade nos renova e nos insere na multidão dos filhos e filhas de Maria, irmãos e irmãs de Jesus. Sua presença no nosso caminho de cristãos nos lembra que o Amor é superior à dor, que a Luz de Cristo já superou a escuridão do maligno. Que cada um de nós que em lágrimas ou em sorrisos recorremos à Santa Mãe de Deus e nossa se sinta cuidado e amado. Alimentemos em nosso coração o desejo ardente de imitá-la em sua humildade obediente e em sua fidelidade confiante. Amém!


Pe. Antonio Edson Bantim Oliveira
31 de maio de 2019
(Mangualde-Portugal)

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