domingo, 7 de agosto de 2016

O pequenino rebanho de Jesus!

"Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino." (Lc 12,32)
Jesus chama de pequenino rebanho aqueles que lhe permanecem fiéis não obstante as dificuldades, por vezes demasiado pesadas. O rebanho de Jesus é pequenino. Ele não procura e nem tem muita confiança nas multidões. A multidão é manipulável, segue o pregador do momento, dá atenção a quem grita mais alto e só ouve o que lhe convém. O pequenino rebanho de Jesus lhe é sempre atento. Conhece a voz do Pastor e não desvia o olhar de sua cruz, testemunho mais alto de seu Amor.
Vivemos um tempo de descartáveis... cultura líquida, diria o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Líquida porque adaptável, completamente e exageradamente "flexível", ao ponto de não possuir alguma identidade reconhecível. O mesmo tem ocorrido com a experiência de fé em Cristo. Cada vez mais se manifesta uma fé "líquida", sem alguma consistência, demasiado abstrata, beirando o gnosticismo dos primeiros séculos. Jesus convida-nos a sermos coerentes com nossa escolha de fé. A fé cristã é um modo de viver, um estilo de vida que se inspira na vida mesma de Cristo e se põe diante do mundo como uma opção clara à mediocridade, em todos os âmbitos sociais, que se tem instalado em nosso tempo. O apelo à vigilância é mais um despertar para a própria natureza do cristianismo, que não constitui-se de ritos ou crenças, mas, sobretudo, caracteriza-se por empreender um modelo de existência plenamente humana e aberta ao transcendente, evitando qualquer autorreferencialismo ou mediocridade moral.
Que o Senhor suscite em nossos corações a capacidade de ir além de um comportamento mediano e nos conceda a coragem de acreditar nos ideais humanos mais elevados e procurar realizá-los em nossa vida, tornando-nos membros deste "pequenino rebanho" que é um sinal de esperança neste mundo marcado pela barbárie cultural e pela perca de confiança no ser humano e no futuro do mundo.

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